A constituição da mocidade em União deu-se em satisfação a imperiosos anseios que se impunham a uma sociedade formada por pessoas de várias faixas etárias.
A igreja tinha pouco mais de doze anos de existência e, em seu rol de membros, já existia um grupo de jovens que precisavam unir-se em torno dos mesmos objetivos cristãos e da comunidade a que pertenciam; desenvolver atividades que os mantivessem fiéis aos princípios religiosos e ganhar outros tantos que ainda não conheciam Jesus Cristo.
As regras a serem desenvolvidas seriam: manutenção da fé e da doutrina cristãs desenvolvidas pela Igreja, nos moldes da palavra de Deus, comunhão entre todos, fraternidade, sociabilidade entre todos, lazer, bem-estar, cultura, educação e moralidade. A idéia foi aceita, e, a partir de então, partiu-se para a prática.
A iniciativa desse empreendimento deveu-se ao jovem Otoniel da Silveira, que recebeu colaboração de outros jovens da época, tais como seu irmão, Junílio, Natal Benedito, e outros, tanto rapazes quanto moças. Assim foi que, em 15 de setembro de 1945, reuniram-se, informalmente, para apreciação do assunto.
As idéias evoluíram e criaram corpo. Assim, naquela tarde de sábado, tudo ficou acertado: a cada 15 dias, após os trabalhos normais da igreja, a mocidade se reuniria para tratar de assuntos de seu interesse, sob a liderança do proponente desse ideal. Organizou-se, então, naquele dia, na capital de São Paulo, no bairro de Santana, a mocidade promessista, inicialmente com o nome de “Grêmio Monte Tabor”.
Trabalhos diversos começaram a ser realizados e muitas bênçãos de Deus iam sendo verificadas; muitas pessoas convertiam-se a Jesus Cristo, enquanto outras tantas eram batizadas no Espírito Santo.
O surgimento dessa organização foi de futuro promissor. Dessa forma, a notícia correu rapidamente, e as igrejas onde havia jovens em número superior a 10 cuidaram de organizar e formar o referido Grêmio. Aquelas que não atingissem esse número poderiam unir-se a outras próximas e criar sua agremiação.
Os resultados foram benéficos: jovens trabalhando com jovens e para jovens, sendo que a maneira como se desenvolviam as atividades ia atraindo muitos interessados, e estes eram despertados em si mesmos, enquanto outros iam sendo solidificados. As reuniões continham assuntos diversificados, que eram o incentivo para que todos delas participassem, oferecendo sugestões.
Em meados de 1948, organizou-se, oficialmente, a primeira diretoria dessa agremiação, composta pelos irmãos: presidente: Abner S. da Silva, secretária: Maria Celina Thomazinho e tesoureiro: Sebastião Ferreira de Oliveira. Essa diretoria servia de ponte de ligação entre as demais agremiações já existentes e que iam se organizando. Dentre estas, destaca-se a da cidade de Bauru, no estado de São Paulo, atuante desde sua formação.
Através de diversos contatos, e já com a necessidade de criação de uma federação, para cuidar dos destinos da mocidade promessista, nasceu a idéia, formalizada pela agremiação de Bauru, na pessoa de seu presidente, Abílio Pinheiro Chagas, de organizar o estatuto, segundo o qual se regeriam os destinos dessa juventude.
Organizadas essas normas, elas foram encaminhadas à apreciação da diretoria, em São Paulo, que, em acordo com as demais agremiações existentes, convocou o primeiro congresso geral, para o mês de julho de l949.
Em O Restaurador de junho de 1949, p. 4, assim lemos:
União dos Jovens. Assim denominamos as reuniões da mocidade que realizávamos a efeito de l5 em 15 dias, depois dos cultos, aos sábados. Criamos essas reuniões com o intuito de tornar nossa mocidade mais social, pela palavra e pelo exemplo.
Da União, em Bauru, O Restaurador, de 1949, p. 4, faz o seguinte destaque:
Organizou-se em princípios de 1947 e logo se dispôs a trabalhar para conseguir recursos financeiros, para a “construção de um salão próprio”, em que pudesse realizar suas atividades. Criou-se um coral, sob a regência do jovem Abílio Pinheiro Chagas. Iniciou-se com elevado número de associados. A primeira diretoria local, formada em agosto de 1948, ficou assim constituída: Presidente: Midélcia Pinheiro Chagas, Secretária: Dulce Bernardo, Tesoureira: Maria C. Bernardo e Orador: Ismael Pinheiro Chagas. (cad. fotos p.107)
FUMAP e Congressos Juvenis
I Congresso Juvenil realizou-se nos dias 29 e 30 de julho de 1950, na cidade de São Paulo, na igreja de Vila Maria. A mesa diretora foi formada pelos irmãos: Abner Silveira da Silva, Maria Celina Thomazinho, Sebastião Ferreira de Oliveira e Otoniel da Silveira, entre outros. Coube, então, ao irmão Otoniel as palavras iniciais, estimulando todos a cantarem, com bastante vigor, o hino de abertura: “Moços, declarai guerra contra o mal”.
Ocorreu a abertura formal e seguiram-se as saudações, tendo se destacado a mocidade de Bauru, com belos cânticos de louvores a Deus. O jovem Abner realizou seu discurso de abertura, sendo que era grande o número de irmãos representantes de diversos estados e igrejas promessistas existentes no país. Dentre os presentes, estavam os pastores Junílio da Silveira e Gododredo R. Wanderley, representantes, respectivamente, das cidades do Rio de Janeiro e do Recife.
Para dirigir esse primeiro congresso, foram nomeados os jovens Abílio Pinheiro Chagas, para presidente e Maria Celina Thomazinho, para secretária. Vários relatórios foram apresentados pelas representações locais. No plenário, foram aprovadas diversas propostas, pondo-se em destaque, estas, da mocidade de Bauru: a) Aprovação do nome União da Mocidade Adventista da Promessa – Umap -; b) Aprovação do Estatuto que passava a reger essa mocidade; c) Criação da Federação das Uniões da Mocidade Adventista da Promessa – Fumap.
Passou-se à escolha do hino oficial da mocidade. Dois hinos concorreram: “Moços, declarai guerra contra o Mal”, proposto pela jovem Maria Celina Thomazinho, e “Mocidade Cristã, eia Avante!”, proposto por Midélcia Pinheiro Chagas, que foi o vencedor. O hino oficial dos congressos foi: Jovens Fortes, nº 300 do BJ.
A primeira diretoria da Fumap ficou assim constituída, para um período de 12 meses: presidente: Abner Silveira da Silva, vice-presidente: Osi da Silveira, secretário: Ismael Pinheiro Chagas, vice-secretária: Midélcia Pinheiro Chagas, tesoureira: Maria Celina Thomazinho, vice-tesoureiro: Adair Correa. (cad. fotos p. 107)
O período de um ano, em que diretorias sucessivas vinham trabalhando, era pouco, e já se devia pensar no próximo congresso, de grande atração para toda a mocidade Adventista da Promessa. Mesmo assim, é impressionante observar como, contando com poucos recursos financeiros e humanos, grandes realizações se puderam registrar, produzindo uma base estrutural bem sólida e com investimentos tão grandes, conforme se pôde ver em cada congresso que se realizava.
Alguns investimentos da época foram: a compra de uma área de terra, com mais de 28.000 m², onde se construiu a “Mansão Bethel”, com contribuições de associados, na intenção de se desenvolver alguma atividade agro-pastoril, local de lazer, etc. Nesse local, foram realizadas muitas vigílias, a cada mês, com a presença de elevado número de irmãos, e muitos foram ali batizados no Espírito Santo.
A compra do terreno, nos fundos da igreja em Vila Maria, onde se construiu o salão social para reuniões e congressos, foi outro empreendimento que deu certo.
Por ocasião do VIII Congresso, em julho de l957, e por proposta do jovem Manoel Pereira Brito, foi aprovado o lema: Que o Senhor nos veja e nos guarde, enquanto estivermos separados uns dos outros.
Além de sua diretoria executiva, a Fumap tinha atuantes diretores auxiliares, responsáveis pelos seguintes departamentos: espiritual, intelectual e social, que, em suas áreas de atuações, faziam que a Fumap sempre estivesse em contato com as uniões filiadas, através de cartas, de circulares, de apostilas de instruções diversas, de Oásis e de visitas pessoais, quando possíveis. A exemplo disso, em 1954, o jovem Manoel P. Brito elaborou um Manual para os tesoureiros, que foi de grande utilidade e de uso constante na área financeira, durante muitos anos.
Já nos seus primeiros anos de existência, a Fumap cuidou em criar, como seu veículo de comunicação, a revista Oásis, cujo primeiro número saiu em janeiro de 1951, aceito e preferido não só pela mocidade de nossa comunidade denominacional. De início, ele tinha sua impressão mimeografada; mais tarde, foi impresso em tipografia, a partir de 8 páginas, e com circulação mensal. Vários foram seus diretores; dentre eles, destacam-se os seguintes: Abner Silveira da Silva, Osi da Silveira, Manoel Pereira Brito, Genésio Mendes, Ângelo Bastos, entre outros.
Em quase todos os números, a revista trazia, como mensagem de destaque, o seguinte: “Oásis, apanágios que caracterizam o bom unionista”. A revista Oásis era distribuída de forma avulsa ou por assinatura, e alcançou milhares de lares, levando sua mensagem de vida sadia e feliz. Se existe uma pessoa que prestou bons serviços ao Oásis, essa foi o então evangelista Adelino Clementino da Cruz Filho, que, durante sua estada por Belo Horizonte-MG, promoveu centenas e mais centenas de assinaturas fora da comunidade promessista.
Um momento marcante na história juvenil promessista foi a realização do IX Congresso, realizado nos dias 26 e 27 de julho de 1958, porque foi o que mais reuniu participantes e porque teve como resultados importantes decisões. Sob o lema “Mais Idealismo”, foram discutidos e aprovados, entre outros, os seguintes pontos: realização do X Congresso na cidade do Rio de Janeiro e autorização para que a Fumap tivesse seu estatuto registrado em Cartório de Títulos e Documentos.
As noites de sábado e domingo foram festivas, com programas lítero-musicais de boa qualidade e enlevo espiritual, tendo como destaque a Banda Musical da Igreja Assembléia de Deus, do Tucuruvi, especialmente convidada. Esse congresso foi dirigido pelo então presidente da Fumap, Manoel Pereira Brito, auxiliado pelo secretário geral na época, Osi da Silveira.
Diversos congressos, convenções e seminários de treinamentos para líderes a Fumap tem realizado, com excelentes resultados. Contudo, a estrutura administrativa mudou bastante, ao longo dos anos, e vários empreendimentos têm sido feitos.
Os presidentes que já passaram pela Fumap são estes: Abner Silveira da Silva, Osi da Silveira, Miguel Corrêa, Genésio Mendes, Manoel Pereira Brito, Jonas Ramos de Souza, José Ramos de Souza, Ângelo Bastos de Freitas, Levi Reuel do Amaral, Natanael Izidoro, Israel Florêncio, Sebastião Lino Simão, Gidalte Ramos de Souza, Nilson Mendes Cardoso, Estível Ramos, José de Oliveira Neto, Williams Corrêa Soares, Geremias Lino Pereira, Valter Pereira Ferreira, José Lima de Farias Filho e Abimael Canto Melo.
Quando era preparada esta edição, a Fumap estava sob a liderança da seguinte diretoria: presidente: Pr. Abimael Canto Melo, vice-presidente: Pr. Edmilson Ferreira Mendes, secretário executivo: Dá. Marco Antônio de Souza, tesoureiro: Pr. Ivanildo Vieira de Carvalho.